Caminhei em novembro. Precisava fazer alguma atividade, é bom para saúde.
Do outro lado da pista, um homem andava com um cachorro vira-lata. O bom dos cachorros vira-lata é que eles não são metidos. E nem poderiam ser, pois são vira-lata!
Tá. Ele acompanhava seu dono. Seu dono tinha um carrinho de supermercado cheio de tralha. O dono tinha muitos objetos no carrinho. Ele não fazia cooper, ele andava por ali só, peregrinava.
Seu cachorro médio-pequeno ia muito feliz! Que gracinha de companhia! Queria ter um amigo assim!
O dono gritava, chutou ele porque o cachorro tava na frente de um corredor, que foi obrigado a parar por causa do animal. Acho que o dono chingou. Ele obedeceu. Sabia que era desprezível, fazia parte da escória da humanidade, e o corredor era "mais importante".
A única e mais importante dignidade que o cachorro tinha era de ser um animal de "estimação", ou melhor, um animal que deve seguir o dono. Só isso!
Ele não lia jornal, não sabia das notícias, não sabia dos direitos dos animais. Não sabia dos seus direitos. Não sabia que se latisse chorando um defensor de animais entraria com um processo contra o dono. Era burro mesmo! Entretanto, amava seu dono!
Depois do ocorrido, ele lambeu o pé do dono. Consegui superar 99% da população mundial com esse gesto! Por último, saiu respirando rindo, como só os cachorros, e principalmente os mais miseráveis sabem fazer!
Especulando, algum dia ele poderia ter pensado em se vingar do dono. Ele podia morder o calcanhar, esperar o homem dormir e, na horizontal, mordê-lo na jugular. Agindo dessa forma, ele se sentiria pior que um animal, mais miserável ainda! Então, ele poderia concluir por conseguinte, dessa forma, que o amor é o que traria dignidade a ele. E ele estava certo, pois é assim que pensa o Dono dos homens, Deus!
Ele conjeturou tudo isso pelo instinto de amar, pois ele foi criado para amar seus filhos e seu dono, por mais carrasco que seja.
Ele sorriu pra vida! Ele amou o próximo! Ele era burro! Mas quanto esse burro tem a nos ensinar...!
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