Amendoim tão consumido... é o da casquinha salgada junto com o amendoim.
Estava eu na capela do Santíssimo Sacramento, para ser mais exato, sentado perto da maquina de café e chocolate expresso. Estava comendo meu amendoim na paz de Jesus, na calma daquele lugar, na madrugada tranquila, duas e meia da manhã... é muito bom! Como sempre, adorei e fui comer, dar uma pausa, depois de estar exaltando a razão da minha existência, Jesus Cristo!
Olhava para o pacotinho. Ia me deliciando com cada amendoinzinho, comendo vagarozamente... por vezes, o quebrava, comia sua casquinha salgada primeiro, depois o carocinho de amendoim propriamente dito. Cada amendoim mastigado me dava uma momentânea sensação de saciedade, um prazer de comer este alimento, a vontade de estar sentindo aquela crocância, tempero e sabor característico do salgado.
Ia como que elogiando os integrantes daquele pacote, era como se, a cada novo coroço, eu o elogiava: muito bom! Nossa, como está gostoso! Esse salgadinho, heim... muito bom...! No saquinho estava escrito: "Amendoim crocante selecionado".
E realmente, era bem crocante, era um prazer ficar mastigando aquilo, a todo momento... Pensei: Deus é bom! Ele faz tudo por nós, colocou sabor nos alimentos por amor a nós, para que sejamos felizes! Num momento, comecei a me instigar e ponderar sobre a situação do caroço. Pensava comigo: coitado do amendoim... para eu ficar feliz com seu sabor eu devo submetê-lo a tortura, martigá-lo, destroçá-lo, amassá-lo...
Mas, ao mesmo tempo, eu incessantemente queria mais e mais mastigar, porque era relativamente delicioso... E naquela ocasião em que estava de prazer e compaixão pelos carocinhos, tirei algo que creio ser inspirado por Deus. Naquele momento Deus falou comigo.
Para ser o amendoim agradável a mim, foi necessário ele "dar sua vida", perder sua originalidade, se aniquilar para me servir. Posso até dizer de uma relação de amor do amendoim para comigo. Ele sabia sobre como eu ficaria feliz a partir do momento de sua doação, num ato de paixão, por mim!
O amor era tanto e eu também não pude me conter, então comecei a elogiar, amar também aquele pequenino pedaço de comida. A nossa aproximação era íntima, ele estava dentro de mim, eu penetrava a sua intimidade, era um momento único onde o "amor" era a regra.
Estava de acordo com que dizia o pacotinho: indicava um amendoim crocante e com qualidade. Ele fez e realizou aquilo para o qual foi feito, e morreu feliz para me ver ao menos um pouquinho alegre...
Se o caroço escapasse da minha mão e fosse para o chão, e eu não catasse e comesse, ele estaria inteiro, mas sem dúvida estaria infeliz pelo canto, chorando por não atingir o objetivo pelo qual foi "criado".
O amor que se aniquila foi o que Jesus nos ensinou: Cristo nos ensinou o verdadeiro amor, ato de se entregar pelo outro, fazer de tudo pelo o outro, somente para que o outro seja feliz e realizado!
Todos nós também fomos feitos para aniquilarmos uns para os outros. E, enquanto não atingimos este objetivo, enquanto não agimos com amor, enquanto não atingimos o objetivo da razão do nosso viver, estaremos infelizes. Nós somos como esses amendoins: possamos nós, com a ajuda de Nosso Senhor, morrer pelo amor a Deus e aos nossos irmãos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário